A FAMÍLIA COMO SOLUÇÃO PARA O MEDO

Se você voltar através dos milênios da existência humana no planeta terra, sempre irá encontrar referências de família. Mesmo durante o período paleolítico, quando ainda não havia a estrutura de sociedade e os humanos precisavam ficar se mudando o tempo todo em busca do alimento, as evidências eram de que sempre o grupo permanecia unido.

Está claro que viver em grupo é uma necessidade para a sobrevivência. Mas existem outras necessidades de se permanecer vinculado à uma família, que vão além da sobrevivência?

A antropologia, a psicologia e a sociologia trazem uma compreensão mais abrangente da influência das dinâmicas familiares no desenvolvimento da personalidade do indivíduo e nos ajuda a entender um pouco mais sobre o porquê o alimento e abrigo não são suficientes para tornar as pessoas saudáveis e autônomas.

O psicólogo norte-americano, Harry F. Harlow queria entender se apenas o alimento era capaz de suprir as necessidades de sobrevivência e a partir daí começou um experimento com macacos Rhesus filhotes. O experimento consistia em entender o desenvolvimento do macaco a partir da privação materna. Como sabemos, os símios têm comportamentos muito similares aos do ser humano.

Harlow criou duas mães artificiais para o filhote. Uma era feita de arame e continha uma mamadeira. A outra era feita de arame também, porém era forrada com um tecido e não tinha a mamadeira. O resultado deste experimento foi que o macaco preferia a mãe que estava forrada com o tecido, ficando com ela a maior parte do dia. Com a mãe que era de arame, mas tinha comida, ele ficava apenas alguns minutos. Tempo necessário para se alimentar.

Os filhotes também foram submetidos a situações que geram medo, como por exemplo, bonecos fazendo barulho ou um ambiente novo. O filhote nunca se sentia seguro apenas com a mãe de arame com a comida, mas quando era colocada a mãe revestida com o tecido, automaticamente ele pulava no colo dela, se acalmava e se fortalecia.

Esse experimento levou o psicólogo a entender que somente a comida não é fonte de segurança e afeto. Quando o filhote estava na presença da mãe que fornecia o aconchego através do tecido, o estresse e o medo desapareciam e apareciam comportamentos positivos como por exemplo explorar o ambiente novo com a curiosidade de toda criança ou enfrentar o boneco que fazia barulho.

Se trouxermos essa experiência para os seres humanos, nos dias atuais, podemos compreender facilmente porque muitas pessoas sentem medos que não são reais. Possivelmente quando era criança não teve a presença necessária de uma mãe ou adulto afetuoso que não só lhe desse comida, mas que também lhe transmitisse segurança, desta forma a sensação de que é perigoso explorar o mundo ficou gravada, comandando a sua forma de se comportar diante de situações novas e desconhecidas.

Não se sentir seguro diante da vida, pode gerar uma série de sintomas como fobia, medos irracionais, depressão, sentimento de menos valia, paralisação diante do novo, entre outros. Esses sintomas psicológicos fatalmente se revelam mais tarde em sintomas físicos.

É importante entender que muitas pessoas não conseguem sair dos seus conflitos porque ainda estão os enfrentando com a mentalidade da criança pequena que fica olhando para os pais ainda esperando esta proteção A falta do afeto e segurança na infância deixam feridas abertas.

Para curar estas feridas o primeiro passo é se colocar no lugar de adulto. A criança pequena não tem capacidade cognitiva para diferenciar o perigo real do perigo imaginário, mas o adulto sim. No lugar de adulto é possível tomar decisões para superar as feridas da falta de afeto.

Se o seu medo tem a causa de fatos conhecidos, o segundo passo é buscar conhecer a sua história. Quando não se sabe a história que tem por trás da falta de afeto é fácil cair no lugar do julgamento. O julgamento do que é certo e errado paralisa e impede a solução.

Vemos diariamente, através da Constelação Familiar Sistêmica, que as pessoas que não buscam o entendimento dos padrões familiares, sofrem por não entenderem que os comportamentos não acontecem para prejudicá-la ou porque seus pais não a amam, mas sim porque existe um padrão que vem sendo repetido geração após geração, causando dor e sofrimento.

Quando este padrão é visto, encontra-se a solução. No lugar de adulto é possível incorporar novos comportamentos, tanto com os familiares, quanto pessoalmente para promover as mudanças necessárias para aquisição da segurança diante da vida.

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