Pensa numa filha que acaba de se tornar mãe, isso mesmo, aos 27 anos nascia seu primogênito. Ela estava radiante e sentia-se viva, forte e com todas as condições para iniciar a maternidade com êxito ao lado de seu marido, o pai da criança.
Voltaram para casa após o período hospitalar, sem nenhuma complicação.
Complicou-se foi em casa, com a visita da avó materna.
Então, a Mãe da Mãe resolveu dar banho na criança, pensando que a filha não teria aptidão para tanto. A filha, respeitando a mãe, num primeiro momento, deixou que esta continuasse os preparativos, com o coração apertado.
Apertou mais ainda quando ouviu o bebê chorar. Chorava e chorava muito. E a mãe recém tornada mãe chorava do lado de fora, sem entender se bebês choravam mesmo no banho, ou se ele necessitava dela. O fato é que ela sofreu do outro lado da porta para satisfazer o desejo da sua mãe, respeitando-a como mãe.
No dia seguinte já não foi assim.
A filha que havia passado por aquele momento tenso de ouvir o choro do filho no banho e não fazer nada, reclamou com o marido e tomou a decisão de que deixaria a mãe de fora e daria ela mesmo o banho em seu filho. E assim o fez.
Pensa num bebê feliz e que não chorou nada nada ao se banhar nos braços de sua mãe.
Então, a mãe cumpriu com êxito sua empreitada materna. Com um pequeno senso de culpa inicial por “desrespeitar” a própria mãe, sentiu a alegria de cuidar ela mesma do seu próprio filho e o senso de culpa foi-se.
A filha mostrou que com o nascimento do seu filho nasceu uma Mãe capaz e com forte desejo de viver a maternidade em toda a sua plenitude.
“Desrespeitar” assim é crescer. É colocar-se em seu lugar e mostrar para a Mãe o lugar dela.
O filho que se posiciona mostra que cresceu e vai para a vida, a mãe que aprenda e cresça também deixando-o ir.